Como a brigada aérea tem combatido os focos de incêndio?

Como a brigada aérea tem combatido os focos de incêndio

Você sabia que entre janeiro e agosto deste ano o Brasil registrou mais de 95 mil focos de queimadas e incêndios nos estados da Amazônia Legal? Combatidos, muitas vezes, pela brigada aérea, os incidentes têm preocupado moradores locais e chamado a atenção pela sua gravidade e difícil combate.

Como as zonas de mata são, em sua maioria, fechadas, o acesso do corpo de bombeiros por via terrestre é quase impossível. Com isso, caminhões-pipa ou bombas d’água não conseguem trabalhar adequadamente.

A situação se agrava quando consideramos os fatores climáticos, como o vento e a chuva, que podem potencializar o fogo.

Por isso, nestes casos, o combate acontece com o apoio da brigada aérea, que atua por meio de aviões-tanque e helicópteros a fim de jogar água diretamente no incêndio. 

Como funciona uma brigada aérea

Eficiente, mas desconhecida. A brigada aérea, como o próprio nome sugere, nada mais é que um grupo que atua diretamente na prevenção, abandono e combate a incêndio, em uma área determinada, por meio de aviões e helicópteros.

Formada, geralmente, por pessoas capacitadas e altamente treinadas, esse tipo de iniciativa busca garantir o uso eficiente dos sistemas de combate ao fogo e evitar que o mesmo se espalhe, tornando a tragédia ainda maior.

Relativamente nova, a iniciativa tem sido uma aposta certeira, mas apenas em alguns estados. Dentre os locais que mais utilizam este serviço, destaque para Goiás, considerada uma das regiões que mais sofrem com incêndios em plantações e lavouras.

Nestes locais, aviões-tanque, helicópteros e, ainda, aviões agrícolas, são utilizados pela brigada aérea com o intuito de apagar o fogo mais rapidamente e de uma forma muito mais certeira.

Para garantir a eficiência, no entanto, é fundamental que o trabalho esteja integrado com equipes em terra. Dessa forma, bombeiros e a força-tarefa da região atuam, também, no combate terrestre.

Com isso, além de unir forças e assegurar uma ação multilateral para evacuar as áreas, eles ainda prestam os primeiros socorros à possíveis vítimas e, claro, eliminar os focos de incêndio.

Diferença entre a brigada aérea e a força-tarefa da Aeronáutica

Ao contrário do que se imagina, a brigada aérea não tem relação direta com a Força Nacional ou com o Exército Brasileiro. Ambos são comumente chamado pelo governo federal para auxiliar no combate a incêndios de grandes proporções. 

A diferença entre eles, na verdade, é notória. Isso porque, a brigada aérea surgiu bem recentemente, a fim de melhorar a eficiência no combate aos incêndios em florestas e propriedades rurais. 

Na ocasião, empresas, sindicatos e produtores rurais se uniram e trabalharam em parceria com órgãos de fiscalização e combate ao fogo na criação e atuação de brigadas aéreas. Eles ainda treinaram e capacitaram os profissionais que se disponibilizaram para estar ali.

É possível que existam situações em que os dois órgãos atuem em parceria, principalmente na região da Amazônia Legal, que tem sofrido cada vez mais com queimadas e incêndios florestais. No entanto, é fundamental entender a diferença entre as duas atuações – e a capacidade e treinamento inerente a cada uma delas também.

Prevenção ainda é a melhor opção

Apesar dos avanços tecnológicos e das possibilidades oferecidas pelos caminhões-pipa, carros de bombeiros e, principalmente, aviões, é fundamental, também, prevenir incêndios nessas regiões. 

Uma das melhores formas de fazer isso é por meio da criação de brigadas de incêndio e programas de conscientização nas comunidades locais. Assim, além de garantir o treinamento da população, é possível estudar e entender as principais causas e trabalhar para evitar que o problema se repita. 

Dessa forma, é possível garantir uma ação muito mais rápida e eficiente.

Situação de emergência

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente o Acre acumulou 6.218 mil focos de incêndio desde o começo do ano. Este número representa 6,5% do total de focos de queimadas localizadas nos nove estados que compõem a Amazônia Legal. 

Brigada aérea ajuda a combater fogo em áreas isoladas e de difícil acesso, jogando água diretamente no incêndio.
Foto: Castor Becker Júnior/Sindag

Apesar de alarmante, os dados não colocam o estado no primeiro lugar do ranking. Segundo o estudo, o local onde há mais registro de focos é o Mato Grosso, com 27.070 mil. O problema é ainda mais grave quando consideramos que este tipo de incêndio é mais trabalhoso e de difícil combate. 

Assim, é fundamental a criação de programas de prevenção e combate a incêndio, além de uma atuação conjunta e equilibrada do Corpo de Bombeiros, Exército e brigadas – sejam elas aéreas ou terrestres. 

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